quarta-feira, 2 de novembro de 2005

Profissional ou amador?

A discussão está aberta e ao rubro. Um senhor reformado e com licença do lar de idosos para ser candidato a presidente da republica portuguesa e um senhor que meteu antes de ontem os papeis para a pré-reforma e que dá aulas de economia numa universidade, mantém actualmente uma acesa discussão sobre o seu estado político. Um afirma-se como não sendo um político profissional, o outro acusa-o de o ser por ele ter recebido uns salários de primeiro-ministro e coisa e tal, simultaneamente afirmando-se orgulhoso por ele mesmo ser um político profissional.
Eu acho que esta é a verdadeira essência do país em que vivemos. Numa altura de grande contestação social, em que a malta que até agora não fazia a ponta de um xusso e tinha tratamento especial, passa a não fazer a ponta de outro xusso e a receber um tratamento social igual aos restantes cidadãos, numa altura em que os preços aumentam e os salários diminuem, numa altura em que os professores se queixam porque afinal os puseram a trabalhar, coisa que antes não acontecia, numa altura em que na televisão portuguesa passa pela trigésima segunda vez o filme Casper, só nos últimos 3 meses, os portugueses vêem-se confrontados com senhores que se propõem a ser os presidentes do país a guerrear, quais meninas mimadas, sobre serem ou não políticos profissionais. E o pior, é que a comunicação social, depois da reposição do filme Casper dedica programas especiais só para tentar responder à pergunta: Quais os candidatos que são políticos profissionais?
A minha pergunta a esses senhores é: seus grandes recessos, o que é que isso me interessa? Vocês de qualquer maneira não vão para lá fazer nada! Pelo menos eu acho que não. Discutir isso parece-me o mesmo que perguntar a uma menina que vende prazer sexual se ela é profissional ou amadora... (Para os que se estão a interrogar sobre o assunto, a mim parece-me que a prostituição ainda não foi profissionalizada).
Já agora, alguém me sabe dizer ao certo o que faz um presidente da república que outra pessoa não faça? É que eu não faço ideia…
Eu votava que o senhor que ganhe esta eleição, os membros do governo e todos os políticos do país passem a ganhar apenas dois salários mínimos, aos quais serão retirados os devidos descontos para a SS e deviam também pagar deslocações do seu bolso, assim sim, viam como vivem os portugueses que eles tanto defendem… recessos!
Abraços e beijos a quem não se mete em politiquices…

1 comentário:

Rafael M. Silva disse...

Eu apoio-te nessa coisa dos dois salários mínimos com descontos para a SS. Acho muito justo. Que cena. A vida é injusta assim... Apoiado. Aquelea c***ões deviam ganhar muito menos. Patriotismo... uma merda!