quinta-feira, 22 de setembro de 2005

"Pá tropa, p'la guarita!"

Ok, há qualquer coisa que me está a escapar…
Estava ali na cozinha a tomar o meu café e começo a ouvir gritos histéricos e gemidos de choro… Pensei que tinha sido uma moça que por azar ou obra do destino, tivesse trilhado os respectivos pertences, num acto de contorcionismo bem rebuscado, num qualquer fecho eclair…
Afinal não era… era um programa… quer dizer… era uma coisa estranha… um… aquilo era a tropa, mas com abixanados…
O conceito daquilo já era estranho por si só, mas depois acharam que ainda podia melhorar se colocassem naquele quartel figuras conhecidas do jet 7 e dinossauros… Eu não sei se as pessoas são convidadas aleatoriamente através de escolha casual por um computador com uma base de dados das pessoas do jet 7 e outras que já fizeram parte do mundo artístico à mais ou menos 400 anos atrás.
No lote das personagens, inclui-se o homem da guarita, o que está em todas por trás, o gajo das armas, paus e do cabelo rapado, o Telmo do Big Brother, depois temos a personagem Rambo, interpretada pelo brasileiro, bombeiro e rei da mangueirada: Frota. Agora que dei o exemplo de dois soldados de destaque, gajos que falam grosso e têm a mania que são o tarzan, começa a descambar, uns modelos, uns cantores e outras coisas desse estilo… E por fim, as duas personagens que claramente foram enganadas e estão no programa por engano: A Valentina Torres e o José Castelo Branco.
O que raio é que estes dois estão lá a fazer? No meu tempo, tropa era para meter o pessoal na linha e fazer cumprir a ordem e impor disciplina… Estes dois, estão inequivocamente a fazer o contrário. A Valentina acha que ela é que manda naquilo e está-se nas tintas para se aquilo é um programa supostamente militar ou se é um reality show sobre pratos de culinária, para ela é exactamente o mesmo. E depois o comportamento dela é tão estranho que os supostos militares a sério devem sentir-se constrangidos e como a senhora já é velhinha, tem uns 246 anos, não a levam muito a sério…
Depois há a figurinha do momento, o Castelo Branco… O moço(a) deve sentir-se abusado e nos 5 minutos que presenciei, ele chorou umas 10 vezes… Umas porque não queria dobrar a roupa, outras porque estava farto de estar em pé, e umas porque o instrutor falava muito alto…
Enfim… aquilo não era suposto ser tipo tropa? Então se sim, se um recruta levanta a crista como todos eles fazem, era logo pô-lo a inchar flexões até as unhas lhe crescerem ao contrário e os joelhos virarem para o outro lado, isso sim era tropa… Mas havia de ser com todos os concorrentes… Ainda queria ver a Valentina a fazer flexões… deve deitar-se em cima da barriga e depois balançar como se fosse uma cadeira de baloiço.
O Castelo Branco devia fazer flexões virado de barriga para cima e a levantar e baixar os braços enquanto dava gritos histéricos e chamava “bicha militar” a todos…
A juntar ao “Senhora Dona Lady” e ao “Esquadrão G” deviam fazer o “Dentro da Política”, uma ideia pioneira para um programa tipo reality show, em que as estrelas eram políticos e enfiava-se-lhes câmaras de filmas pelo ânus a cima, e assistia-se à sua vida rectal, durante dois meses de campanha eleitoral, os apertos de mão, os encontrões, os berros e os apalpões… Depois no final do concurso, metiam-se todos os políticos dentro do estádio do Dragão, regava-se bem com gasolina e depois alguém mandava um fósforo para lá, só para animar a malta…
Ao que nós chegamos… enfim…
Abraços e beijos a quem de direito…

1 comentário:

Rafael M. Silva disse...

Ai esses programas fantásticos que todas as noites enriquecem culturalmente o nosso Portugal. Esta é a aexpressão mais plena daquilo que nós somos e daquilo que gostamos de ver. A expressão daquilo que nos entretem e que nos faz estar completamente distraídos de tudo aquilo que se passa à nossa volta. Uma boa distracção, sem dúvida, uma boa distracção para quem a vida dos outros interessa muito (porque de outra forma não têm o que falar com as (os) amigas (os). É muito engraçado. pois ... e tal... porque és jovem...