segunda-feira, 20 de março de 2006

A máquina “quase” perfeita...

O corpo humano. Um sistema com milhares de milhões de neurónios e respectivas redes neuronais, com componentes químicos avançados, com cartilagens especiais à prova de impactos, com mil e uma coisas avançadas que dão água pela barba aos melhores cientistas.
Somos capazes de alojar milhões de vírus, bactérias e células e no entanto, uma máquina tão evoluída tem algumas pequenas e notórias imperfeições.
Podia começar por vos falar da unhaca que cresce e fica irremediavelmente cheia de catinga por baixo, ou dos problemas de cabelos, mas na verdade vou abordar uma temática diferente destas. O corpo humano, capaz de rivalizar com os mais avançados computadores, uma máquina perfeita, mas na qual construíram um cano de escape bem estranho.
A verdade é que a natureza certificou-se que o nosso sistema digestivo iria produzir toneladas de gás metano ao longo da vida, e que iria ser libertado aleatoriamente em quantidades silenciosas ou profundamente ruidosas. Estranho mecanismo incontrolável que nos impõe a vontade de soltar estes gases em situações constrangedoras e que, caso o humano em controlo daquele corpo não ceda à vontade natural, ruídos estranhos, equivalentes a ter um jardim zoológico inteiro alojado na barriga são emitidos incessantemente provocando grande agitação na pessoa que tenta reter a actuação do circo.
Digo isto, porque ainda hoje um cliente esteve na minha loja, e como estava a resolver um problema que demorou ainda um bocado a ser tratado, teve que esperar algum tempo ao meu lado. Comecei a notar que em certas ocasiões ele mexia-se muito, e de início pensei que ele estava impaciente. Mas depois percebi que o homem estava era atrapalhado para não deixar ouvir a sinfonia que se passava dentro do seu corpo.
Tirando algumas vezes em que ele nem sequer tinha tempo para disfarçar os ruídos que eram emitidos no interior dos seus intestinos, nas outras ele tossia, mexia-se e falava muito alto para disfarçar tudo.
Fiquei grato por o ser humano, em especial aquele senhor, conseguir reter os excedentes gasosos do nosso sistema digestivo, caso contrário, penso que ter-se-ia dado certamente o detonar de uma bomba muito mais letal que a atómica, algo certamente capaz de exterminar toda a humanidade!
ARGH!
Bem, vou para o WC.
Abraços e beijos a quem de direito...

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