terça-feira, 7 de março de 2006

Limpem às couves!

Uma grande empresa portuguesa em fase de expansão, decidiu apostar numa ideia que teria tudo para ser vencedora, não fosse ser um bocado parva... Bem, mas pelos vistos há países que acharam piada...
Estou a falar da Renova que tem andado ocupada a criar algumas coisas que me intrigam. No início dos tempos a humanidade em geral limpava o seu rabiosque a folhas de couve e outros vegetais, mas a tal empresa desatou a criar umas coisas para ajudar o pessoal. Começou pelo papel higiénico normal, aquela coisa que há uns anos atrás todos nós usava-mos para limpar o rabo e que provocava a estranha sensação de “arranhanço”. Ora, como esse papel era feito de árvores e toda a gente tem noção que uma árvore, desde a casca ao centro da mesma é áspera, não havia problema. Algum tempo depois, começou a aparecer o papel de múltipla folha, muito mais macio e fofo, que dava a sensação de estar a limpar o rabo ao pêlo de um cão. De início a malta estranhou, mas depois já não trocava essa suavidade por nada.
Não contentes com a evolução do papel que tem o destino mais sujo que se possa imaginar, o pessoal da Renova resolveu que era uma boa ideia juntar cheiro a rosas da Argélia ou a malmequeres do Burkinafasso ao seu já famoso papel higiénico macio. Nos primeiros tempos a ideia foi tenebrosa, porque os perfumes usados eram... assim como que... um bocado abixanados. Em vez de sair do quarto de banho com uma sensação de leveza e dever cumprido, o pessoal saía da casa de banho a cheirar a rosas e com o rabo todo cheiroso, com um fedor que se propagava por 10 km numa questão de segundos. Se o cheiro era normal para o George Michael, para um homem normal, não passava de um chamariz para rabetas descontrolados... Alguns começaram mesmo a levar jornais e revistas para o wc, de modo a usarem-nos em vez do outro papel (foi assim que começou o hábito de lerem no wc). Felizmente o pessoal do papel higiénico percebeu e lá alteraram a intensidade do cheiro de modo a que deixasse de ser embaraçoso.
Como passaram algum tempo sem ter novas ideias para complicar a escolha de papel higiénico, começaram a ficar um bocado obsessivos e não foram de meias medidas, criaram um papel que além de fofo, cheira a perfume e é húmido... O papel higiénico humedecido... A ideia de juntar papel macio e perfumado com um bidé, mas em pequenas folhas que serviam para molhar o rabo e para deixar os dedos que nelas seguram impregnados com o cheiro de 300 milhões de sabonetes de centro comercial que davam a sensação que o utilizador tinha tentado afogar-se numa piscina cheia de sabonetes... Grandes malucos!
Mas a pior, foi a última invenção desses senhores... eles criaram o papel higiénico, macio e preto! Papel higiénico preto... A ideia pode parecer inovadora e brilhante, mas eu pergunto: Para quê? Mas que raio de utilidade tem um papel higiénico preto? Por acaso descobri a tempo o objectivo da empresa. Ora, como o papel é preto, o que vai acontecer, é que as pessoas vão gastar muito mais papel, porque não vão perceber se já estão limpos ou não. E mesmo as pessoas que nunca olhavam para o papel higiénico ao limpar-se, vão passar a fazê-lo apenas porque vão estar curiosas sobre o aspecto da sua pintura anal naquela tela a que chamam de papel higiénico. Tudo não passa de uma técnica para ganharem mais e mais dinheiro!
Eu acho que o próximo passo vai ser fazer um papel higiénico, com desenhos por colorir, e cujo objectivo é passar no rabo orgulhosamente sujo de modo a dar cor aos desenhos impressos no papel. Também acho que não vai tardar a chegar o papel higiénico campestre. Uma espessa película com restos de folhas, ramos de árvore, couves, penas de pássaros e um tenebroso e impregnável cheiro a merda de vaca e porco.
O futuro é já hoje, e isso vê-se pelo papel higiénico! E também se vê pelos pensos higiénicos, mas isso é outra história que depois vou abordar.
Agora se me desculpam, vou ali mandar um fax e pelo sim pelo não, vou levar aqui umas folhas de jornal, não vá o diabo tecê-las.
Abraços e beijos a quem de direito.

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