terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Nudismo, coisas arejadas e afins!

Numa altura em que se fala tanto de actividades à beira mar, como o surf de vagalhões, empranchamento de esplanadas e outras coisas radicais, acho que é pertinente reflectir sobre o nudismo balnear.
Primeiro que tudo, deixo claro que não sou contra o nudismo nem nada que se pareça.
O meu problema é que há demasiadas variáveis a controlar e um gajo que quer ir para a praia relaxar, pode sair de lá com uma pilha de nervos ou com outras coisas... coisas como: muita areia nas virilhas!
Das dúvidas que me assolam, a primeira prende-se logo com a entrada. Um nudista deve entrar na praia já fardado ou será que pode ir vestido, escolher o local mais apropriado e depois equipar-se a preceito?
E o telemóvel? Onde raio é que fica o telemóvel? Nem sequer há cueca com bolso para o guardar... Depois aparece um cachalote ou um cargueiro que por acaso se esbardalham contra o areal e o chamado jornalismo amador fica jogado por terra e não há fotos exclusivas nem nada que se pareça. Enfim, um problema.
Independentemente de um homem poder ir sozinho ou acompanhado, vários cenários podem ocasionar um problema de "expressão". Imaginemos que vai acompanhado pela esposa, namorada ou amiga e esta respira de maneira mais atrevida? E se vai sozinho e lhe aparece qualquer coisa resplandecente? Ou então simplesmente adormece e acontece-lhe aquele fenómeno que todos os homens saudáveis já presenciaram quando a meio da noite acordam com qualquer coisa armado na zona pélvica? Já percebi que talvez seja melhor, para nudistas homens, levar uma pá para a praia e cavar uns quantos buracos à volta da toalha para o que der e vier.
Estão a ver, são demasiadas variáveis a ter em conta e eu só abordei a questão de forma superficial.
Há uns anos, decidi que era altura de voltar a uma praia onde ia na minha infância. A modernidade trouxe-me um dissabor. Quando antes era possível ir com o carro até perto do areal, agora era necessária uma caminhada de uns bons 10 minutos para lá chegar. Só isto devia ter sido aviso suficiente... mas o revivalismo é tramado. Depois de 10 minutos, lá cheguei eu, à paisagem que recordava da minha infância. Comecei a descer as dunas e rapidamente percebi que havia meia dúzia de pessoas espalhadas pelo areal. Como vejo mal ao longe, pensei: "Olha que engraçado, quase toda a gente usa fatos de banho da cor da pele. Que giro e tal." Qual não foi o meu espanto, quando uma das pessoas se virou para as dunas e percebi que estava qualquer coisa de errado na paisagem, havia ali arejamento a mais! Foi com surpresa que constatei que a praia onde brinquei tantas vezes em miúdo estava agora transformada numa estância balnear de nudismo. Todas as pessoas estavam em pelota! Rapidamente os pensamentos anteriores me atravessaram a mente. Como estava numa de descansar e não tinha levado nenhuma pá, pensei que o melhor seria fazer a meia-maratona em direcção ao carro e dirigir-me para uma praia atulhada de gente... Enfim...
Eu acho que não haveria problema em ter lá ficado sem fazer nudismo, mas acho que da mesma maneira que um adepto de futebol de uma determinada equipa não gostaria de ver o jogo no meio da claque adversária, também eu me senti a destoar a abandonei aquele barco.
Deixo-vos com esta reflexão e vou-me vestir que estar a escrever posts todo nu num dia de chuva, só com um barrete de campino é desconfortável.
Abraços e beijos quem de direito, menos à senhora que naquele dia fatídico se virou para trás na praia nudista e me mostrou que a gravidade terrestre é madrasta...

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