sexta-feira, 7 de janeiro de 2005

Centros de dia... Ao que estamos condenados...

Hoje acordei terrivelmente mal disposto. Não é que estava um cromo a apitar como se não houvesse amanhã, mesmo em frente à minha casa? Durante alguns milésimos ainda pensei: “Tu queres ver que eu adormeci na berma da Nacional 1?” Mas depois olhei em volta e não era nada disso, estava mesmo um cromo a esganiçar o apito de uma carrinhola mesmo por baixo da minha janela! Momentos depois é que me lembrei que aquilo tem acontecido algumas vezes nas passadas semanas e motivado pelo seguinte… A minha vizinha, senhora de alguma idade começou a frequentar um centro de dia e vêm busca-la. Até aqui tudo bem, mas apitarem-me aos ouvidos, quase a ponto de deitar a casa abaixo? Isso é o meu limite. Eu imagino a coitada da senhora, aflita para conseguir caminhar a ouvir um sacana a apitar como quem diz: “Despacha-te museu, despacha-te que eu não tenho o dia todo e depois disto ainda tenho que parar ali na tasca antes que o café e o vinho se acabem”
Mas afinal onde está o espírito de ajudar os idosos? Eu quando for velhote, que vistas bem as coisas já não falta muito, não quero um estupor a apitar desalmadamente a 50 metros da minha casa, pronto a acordar a vizinhança a horas indecentes e com aquele ar maléfico de quem gosta de fazer sofrer…
E depois também há que pensar que os idosos já não são atletas, prontos para uma qualquer correria… parece que já estou a ver, os pensionistas a correr, deixando atrás placas, muletas e outros acessórios de convalescença só para chegarem à carrinha a tempo, antes que o homem comece a repetir os apitos intermitentemente e talvez até formando belas melodias… (Quase consigo ouvir os apitos de uma carrinha a soar como a música, “Como o macaco gosta de banana, eu gosto de ti”… ou não…)
Por favor, internem-me numa casa que não tenha carrinhas com buzinas…
Beijos e abraços a quem de direito…

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